União das Freguesias de Este (São Pedro e São Mamede) União das Freguesias de Este (São Pedro e São Mamede)

História

Este (São Pedro)

A mais antiga referência que se conhece a esta freguesia, data de 1055 retirada do "Líber Fidel Sanctae Bracarensis Ecclesiae" (o mais valioso e importante cartulário português e um dos mais notáveis da Europa que se encontra na Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Braga).

Nesta data,1055, Patrina e seus filhos permutaram com a condessa D.Ilduarda o mosteiro de Sancti Petri de Aleste ( São Pedro de Este), outrora pertencente a Guimara Mendes. Segundo o Padre Avelino de Jesus da Costa, Patrina é, pelo menos a quarta possuidora do referido mosteiro de S. Pedro de Este que já existia no século X, tanto mais que o 1º proprietário, Guimara Mendes esteve na posse dele por muitos anos o que leva a pensar que o povoamento de S. Pedro de Este, tenha sido mais antigo ainda.

Senna de Freitas em "Memórias de Braga" (em 1890) escreve: " É certo que os mosteiros antigos nada tinham de grandioso nesta província de entre Douro e Minho; viviam neles Monges como Homens de Santa vida, sem faustos, como verdadeiros agricultores, com casas rústicas para seus domésticos e caseiros (...)"

Nesses tempos antigos, em que os Monges faziam vida santa e com regular observância, as freguesias rurais eram chamadas MOSTEIROS.

Não obstante, o certo é que a ocupação desta freguesia remonta a épocas muito mais distantes. A comprová-lo está a existência do Crasto, sobranceiro à freguesia, ladeado de 14 mamoas que nos reportam ao tempo do Megalitismo.

Outra prova da remota povoação destas paragens é a passagem da estrada romana saída de Braga para Astorga, passando por Chaves ao que se supõe uma das mais antigas vias do Conventus Bracaraugustanus, usada ao longo dos anos como "estrada real" denominação que ainda à relativo pouco o os antigos da freguesia usavam.

É muito natural que a esta terra do "Alto do Vale do Este" tenha atraído população desde os tempos mais longinquos. S. Pedro de Este é referida pela 1ª vez como paróquia em 1290.

No século XIII era Abadia da apresentação da Mitra Primaz, com um total de 91fogos, 120 homens, 154 mulheres, maiores de 14 anos, 43 rapazes e 73 raparigas menores de 14 anos, num total de 390 almas. Possuía 3 Clérigos e 460 de rendimento dos Dízimos. Tinha anexada a Paróquia de O Salvador de Pedralva.

Sem grandes monumentos ou factos decorreu esta terra calma ao longo dos séculos, excepção feita ao episódio da "RESISTÊNCIA DO CARVALHO D'ESTE" em 19 de Março de 1809 aquando da 2ª invasão francesa e ao massacre no dia seguinte, 20 de Março de 1809, em que de entre os inúmeros mortos , 23 eram de São Pedro d'Este, de acordo com os registos do Abade Simão Pereira.

Não é por acaso que este facto surge representado simbolicamente no Brasão da freguesia que irei apresentar em seguida.

Mas antes disso, é bom que partilhemos aqui o que há tempos remotos se dizia a respeito de S. Pedro d'Este " Gerou esta terra, no decorrer dos séculos, tal como hoje, gente honrada, trabalhadora, ousada e destemida, digna da história do país a que pertence.


Este (São Mamede)

Este S. Mamede, é uma freguesia do concelho de Braga, situada 6 quilómetros a este da sede do concelho. O seu nome vem do rio que aqui nasce e ao qual os romanos chamaram Aleste ou Aliste. Ainda hoje existem na freguesia, vestígios de uma das cinco grandes vias romanas que ligavam a então Bracara Augusta a Roma.

A origem da ocupação humana terras do vale d'Este, primeira designação conhecida da freguesia, perde-se nos tempos. A atestá-lo estão os castros ainda hoje existentes.

O primeiro documento de que se tem conhecimento, é um contrato de compra pelo então Arcebispo de Braga, D. Estevão Soares da Silva (1212-1228), datado de Novembro de 1226, de uma Quinta aqui situada a um tal Argifonso.

Foi vigararia da apresentação da Sé de Braga, passando posteriormente a Reitoria. A freguesia de Este S. Mamede, mais precisamente no lugar de Carvalho D'Este,foi palco de renhidos combates entre as tropas francesas e a Leal Legião Lusitana de Artilharia Quatro, alguns milicianos e o povo mal armado, conseguindo suster a fúria dos franceses, comandados pelo General Soult, durante os dias 18,19 e 20 de Março de 1809. 

S. Mamede, o padroeiro da freguesia, festeja-se em Agosto. E há vários pontos de interesse histórico, que devem ser visitados. A capela de S. Simão, outrora Igreja Matriz da freguesia, datada do século XIII e restaurada em finais do século XX. A Igreja Matriz, de finais do século XIX e ampliada durante a primeira metade do século XX, conta para além da talha, com 4 painéis de azulejos, com motivos de devoção à Sagrada Eucaristia. O monumento ao Coração Eucarístico de Jesus no monte Chamor, donde se avista toda a cidade e mandado erigir pelo Cura d'Ars português, o Servo de Deus, Rev.° Padre Abílio Gomes Correia, cuja canonização se espera para breve. A Nascente do Rio Este, que correndo da Serra do Carvalho em direcção à cidade, embeleza o vale, fértil em milho, vinho, centeio e batata, outrora também no cultivo do linho, e a magia das seculares quintas cheias de um passado rico em lendas e até romances como o da Quinta do Xisto.

A agricultura a pequena indústria e o pequeno comércio continuam a subsistir estando a força do trabalho na indústria e no comércio citadino, para onde se deslocam as pessoas.

A freguesia de Este S. Mamede, apesar da evolução de que tem usufruído nos últimos anos, continua manter a beleza da sua ruralidade. As pessoas conhecem-se umas às outras e saúdam-se pelo seu nome A preservação destes valores, é intrinsecamente muito valiosa nos dias de hoje.

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